Português do Tio Chicó

Em língua portuguesa existem: a Norma Culta (ou norma oficial ou padrão), Popular, Coloquial, Vulgar e Técnica.

Enquanto a Norma Culta preocupa-se com a forma, padrão ou erudita e a postura formal. Já a Popular não se preocupa com a forma ou padrão, erudição, mas trabalha a postura informal e basicamente com a comunicação. Existe também o modo Coloquial que a semelhança da Popular, geralmente é usada em círculos íntimos e ainda um nível mais baixo que é a Vulgar; é quando começa o uso de: gírias, palavrões, expressões desrespeitosas. E ainda a Linguagem Técnica envolvendo: termos pertencentes a uma determinada área ou ciência, exemplo: Administração, Marketing, Publicidade, Biologia, Medicina, Engenharia, Arquitetura etc.

Sabe-se também que as regionalidades e culturas influenciam em todos estes contextos e na maneira de comunicação.

Contudo, existem gramateus (expressão do grego) ou gramáticos que acreditam que a expressão de crítica usada por muitos: “Isso é um estupro a língua portuguesa”, seja um exagero, pois para toda frase existe lugar dentro das formas e maneiras de comunicação.

Para muitos comunicadores, o mais importante é que a ideia seja comunicada independente da forma usada.

Tentando perceber essa abordagem na prática, fiz uma pesquisa de campo e encontrei uma conversa quase inacreditável, que transcrevo abaixo, sem realizar qualquer demérito a pessoa ou fazer relação com ninguém. Alertando ainda que qualquer coincidência com pessoas que por ventura o leitor conheça provavelmente seja mera coincidência, já que ministro palestras e Treinamentos em diversos lugares e esse é um fato único. O nome também citado no título desse artigo não faz referência a qualquer pessoa; foi adaptado para esse texto.

Abaixo o texto na íntegra:

Estrudia tava ieu la em caza cá mia amiga, e cá mia cunhada. ieu cá mia cunhada e mia amiga cadela. Nois tava cú, fomi então cumemu tapioca e fumo, fumo pra feira trabaia.

Adonde ieu tenho muitu crientes cú m que ieu mando meus meios pela internert, pra preguntar se eles quereins gasta miul real cú migo.

Maiz otrudia tive que farta, prurque ieu tava meio esmurrido.

Chegay introce la na feira, prurque na donde ieu na condiçon di gerente, tomo di conta do pessoar.

Entonce cú mecei a trabaia, pra vender mias muanba. Muitus probremas akontecce la. Mas no mas, é uma trankilidade, as veis tem argumas dificulidades. Mais agente vamos levando as coiza do geito que podê.

O que nus diverti la é as muierada, pro que vôce sabe né que ieu sou pegador. Chego pra muierada e digo se tú querer, ieu querô. A muierada quaise sempri, aseita mias cantada. Elas não reziste o sharme do Chicó.

Entonce ieu levo la pra caza, pru churraco nú fin di semana. Compro calvão, linguínça e muita céuveja.

Antis ieu mandei o elekicista cunsertar a elekicidade, prusque a lampa tava quebrada.

Ele apruveitou e cursertou a televisão que tava cum pânico na TV.

Umas dás minina qui foi la in caza tava cú, pince nú inbigó. ieu chegay nela e preguntei se tu querer ieu querô. Intrão ela dizze: raite, pra ieu.

Prosiando cú meu amigo. Ele me falô qui ela quiz diser: Raite imbora.

Mais ieu num quiz me precupar prusque, sô um cabra muitu izi gente.

La in caza pru ezempro sô ieu que mando na muie cú minino. So ma chô chô da caza.

Nu cústumi nossu é acim, memo. Os homi é qui dita az regra.

Prusque cú ando falô ta falido, e cú ando ieu digu ta dicido e nú gostu qui ninguén mi correge. O qui ieu dicé ta dicido e prontu. Como se ve ieu sô muitu cú ulto.

E fiqui sabendo vôce qui ieu num gosto qui fique mangando deu.

Comentário final:

– Depois dessa nem eu quero manga do ocê…

Publicado a primeira vez em: 2010 no site – http://www.darcosousa.com

Escrito por: Darco Sousa

Publicado por Darco Sousa | www.darcosousa.com.br

Psicopedagogo - Reg. nº: 0120, Terapeuta | Psicanalista - SBPI nº: 241, Especialista em Desenvolvimento Humano e Hipnoterapeuta - HMI / AHA nº: 42167 / 144721.

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